Entre o já e o ainda: O peso das expectativas na transição para a vida adulta
Outro dia enquanto eu esperava o ônibus para mais uma tentativa frustrada de resolver minha vida, voltou um pensamento inquietante, eu tenho 18 anos. Apenas 18. Mas também... já são 18.. Existe uma minuciosa linha entre ser muito jovem para certas conquistas e ser muito velha para certos erros, e eu estou bem no meio dela, me equilibrando como quem anda de salto em uma rua toda esburacada qualquer da lapa. Com a diferença de que ao contrário do salto, não dá para tirar os 18 anos e enfiar no c* até me sentir confortável de novo né.
Mudar de país deveria ser uma experiência transformadora, que nem aquelas que vemos em filmes dramaticos de superação, porem a realidade é bem diferente dos dramas, eu queria uma jornada de autodescoberta com um desfecho motivacional, e estou presa em um ciclo exaustivo de candidaturas a empregos, inscrições em universidades que nem tenho certeza e frustrada tendo enfrentar barreiras burocráticas que parecem impossiveis de derrubar.
“Aos 18 anos se tem todas as oportunidades ao alcance” eu odeio ouvir isso, romantizam tanto, pouco se fala sobre como essas oportunidades na prática são tão limitadas por N fatores. Dizem que aos 18 a gente tem o mundo nas mãos, mas e se eu não souber segurar? E se minhas mãos estiverem ocupadas demais apagando incêndios, ou tentando encontrar um caminho que faça sentido? Crescer dói, mas o que mais dói é sentir que ninguém confia que a gente consegue descobrir isso por conta própria.
Experiência ou Controle? palpites não solicitados.
Por que pessoas mais velhas acreditam que as suas trajetórias podem ser restritamente praticadas por aqueles que vêm depois? Se a experiência realmente fosse a chave universal do sucesso haveriam mais pessoas plenamente realizadas né. Não existe um modelo perfeitinho pra se viver!!!!
O problema não é a orientação, e sim essa imposição, e nós não aceitamos tudo cegamente, e por isso nos tornamos os teimosos, ingênuos, os que “acham que sabem tudo” mas na realidade, só estamos tentando construir nossa própria voz, talvez se houvesse menos palpites e mais espaço para errar sem culpa, não passaríamos tanto tempo duvidando de nós mesmos.
Talvez, se cuidassem mais da própria vida, a transição para a vida adulta seria menos sufocantee confusa. E agora to tentando aceitar que não existe um unico roteiro para seguir, e sim um infinito de caminhos que podem ser explorados
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